Planejamento Estratégico

Um pouco da história

No inicio da civilização o planejamento estratégico era voltado apenas para a arte da guerra e da defesa. A primeira noticia que temos do planejamento estratégico ou como era chamado naquele tempo, a arte da guerra, é do chinês Sun Tzu 496 AC. Considerado um grande general, um estrategista militar e um filosofo.

A origem da estratégia

A origem do termo estratégia vem dos gregos que a definiam como Arte do General ou Comandante-Chefe Militar. Os militares foram os primeiros que introduziram a estratégia na preparanção para os combates e para as guerras. O que estava em jogo era a vida dos combatentes, dos comandantes, além das cidades e nações que eles defendiam.

Todo o conhecimento e ciência dos primórdios da civilização eram voltados para a defesa e para a guerra; isso incluía os exércitos, as armas e a estratégia (gente, equipamentos/maquinas e estratégia).

No primeiro quartel do século passado as empresas começaram a realizar planejamentos de longo prazo e assim teve inicio uma nova área do conhecimento humano - a do Planejamento Estratégico.  Alfred Sloan, um dos principais executivos da General Motors, aplicou e desenvolveu conhecimentos de PE entre 1923 a 1946. O objetivo era suplantar a concorrente Ford Motor Company.

Ao longo desse período muitas ferramentas foram testadas e aprimoradas, disponibilizando aos empresários um leque bastante completo de recursos para a realização de P.E.

Hoje a maioria das empresas aplicam algumas das ferramentas existentes para PE com objetivo de melhorar seu futuro e garantir seu crescimento, seu espaço ou sua sobrevivência.

 As principais ferramentas

Existem variações entre os autores, mas minha lista de sequencia preferida é a seguinte:

1-Cenario de Referencia.

Quando se faz PE é preciso prever como será o futuro. Como será o cenário dos negócios, da economia, das mudanças de costumes, das mudanças tecnológicas, da política, do sistema tributários, dos juros, da inflação e uma série de movimento sócio econômicos.

 Alguns podem pensar que é um exercício de bola de cristal, de adivinhação. Trata-se na realidade de antever os movimentos que já existem e estão vindos em nossa direção. Educação para uso da água, da energia, reciclagem de lixo, automação em todas as áreas onde houver movimentos repetitivos, substituição da mão de obra humana por máquinas. Informática e Inteligência artificial, internet das coisas, energia limpas, alimento saudáveis, orgânicos, violência, segurança patrimonial e pessoal, liberalização ou restrições de negócios... a lista é imensa.

2- Analise SWOT ou FOFA.  SWOT (Stregths, Weakenesses, Opportunities e Threats) ou FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças).

Essa análise compreende quatro conceitos, dois relacionados ao Cenário de Referência (Oportunidades e Ameaças) e dois relacionados ao Ambiente Interno da empresa (Fortalezas ou Pontos Fortes e Fraquezas ou Pontos Fracos).

Pode-se perceber sua presença na filosofia do sábio chinês Sun Tzu: Conheça seus inimigos (concorrentes), conheça o ambiente onde o combate será travado (cenário – mercado) e conhece a ti mesmo (sua estrutura empresarial, seu know how, seus colaboradores, seus produtos, seus clientes e fornecedores, seus equipamentos e máquinas e seus recursos financeiros... e todos os demais fatores que são fundamentais para o sucesso). Com isso os riscos serão menores.

Tudo isso pode ser sintetizado na equação atribuída a Shandler:

O Sucesso é função de (Cenário ou Ambiente + Estrutura + Estratégia),

Diante do ambiente externo e da estrutura interna da empresa, adota-se a estratégia que melhor resultado possa trazer para a organização.

 A base filosófica,  A implantação da cultura empresarial.

Toda empesa tem uma base filosófica, um jeito de atuar e de se relacionar com os participantes no mundo dos negócios. Colaboradores, fornecedores, clientes, bancos e demais parceiros.

Assim é muito importante definir:

1- Em que ramo de negocio estamos, temos um foco ou atiramos para todos os lados.

2-  Qual nossa missão como empresa,

3-  Temos uma visão de como será nosso futuro,

4-  Temos regras definidas, princípios e valores que praticamos e respeitamos ou tudo vale.

Toda empresa tem tudo isso de forma explicita ou implícita. Quem tem acesso à forma de operar de diversas empresas, tem isso muito claro. É o que chamamos de cultura empresarial. Tem empresas onde os colaboradores sabem que o objetivo é agradar o chefe.  Tem empresas que os colaboradores sabem que o objetivo é cumprir suas tarefas com perfeição e trabalhar para o sucesso da empresa.

Implantar uma cultura empresarial, passa pela definição, divulgação e a insistência para se praticar os quatro itens acima mencionados.

Uma cultura empresarial leva de quatro a sete anos para ser implantada.  É preciso muito persistência e, em alguns casos, é necessário trocar peças importantes na organização. Uma leitura interessante é do livro Criando Magia de Lee Cockerell, que conta como a Disney fez para implantar sua cultura empresarial. Hoje os estudantes se formam em Harvard e vão conhecer como a Disney fez para realizar essa tarefa, modelo para todo o mundo.

A vantagem de ter uma cultura empresarial implantada é que, após sua implantação, fica difícil de desmontá-la.  A própria estrutura resiste ao desmonte.

3 - BSC (Balance Scorecard) traduzindo – Indicadores balanceados de desempenho

Na década de 90 o consultor David Norton do Instituto Norton e o contador e Professor de Harvard Robert Kaplan foram chamados para analisar a dificuldade de medir o resultado do PE e de outros planejamentos através dos indicadores contábeis. Vários executivos e consultorias também buscavam uma solução para esse problema.

Muitas soluções foram propostas. A mais praticada pelas empresas, em geral, é o BSC desenvolvido por David Norton e Roberto Kaplan. O BSC envolve as dimensões financeira, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento. .

A contabilidade convencional oferecia condições me medir o desempenho de algumas metas da dimensão financeiras, tais como faturamento, custo e lucro. Quanto às demais dimensões do planejamento ficavam sem acompanhamento.

Visualizando as três primeiras, dimensões do BSC tem-se:

 Dimensão Aprendizado e Crescimento

Basicamente são três vertentes para desenvolver o aprendizado e o crescimento: Pessoas, Sistemas e Procedimentos Operacionais,  apresentadas no próximo quadro.

 Toda empresa deve trabalhar como uma gama variada de ferramentas. Quem só tem um martelo pensa que tudo que encontra pela frente são pregos.

4 - Uma parte importante em qualquer organização: A GESTÃO DE PESSOAS.

Não existe empresa sem pessoas, são elas que podem fazer a diferença em relação ao mercado.

Trate com respeito e remunere com base na media de mercado mais um determinado percentual  - que pode variar de 5% a 10%  - para poder atrair os melhores e mais qualificados colaboradores.

Na Gestão de Pessoas, importante considerar::

a)     Organograma: Definir os principais cargos da empresa.

b)    Definição das funções: Descrever os cargos e funções de cada tipo de cargo. Os colaboradores devem conhecer em detalhes o que a empresa espera de cada um.

c)     Politica de Pessoal: Definir a politica de pessoal desde a contratação, integração, efetivação, qualificação e capacitação, treinamento continuado, avalições periódicas com feedback, promoções, premiação, até o possível processo de desligamento.

Rafaela Spilimbergo